Poemas da Titia

Um blog de poemas e outras criatividades.

26/06/2007



Orando

SENHOR!
Ouvem-se tão tristes lamentos pelos montes
Pelas casas pelas cidades e pelos céus
São lamentos de dor de almas crentes
Mas alguns também são o eco dos meus

SENHOR!
Parecem toupeiras em buracos sem espaço
Que nesta vida mal podem caminhar
Muitas irão tombar com balas de aço
As outras nem sabem qual rumo tomar

SENHOR!
São os seus sonhos levados pelo vento
Que dizem adeus ao seu corpo já morto
Lança Teu manto para cobrir com o silêncio
Esta terra sangrenta com um triste Sol Posto

SENHOR!
Faz que o vento leve também suas penas
Para bem longe daqui onde nem haja luar
Para que de Amor chorem como Madalena
Quando no fim do túnel Senhor a TUA LUZ BRILHAR

Poema Inédito (escrito aquando da Guerra dos Balcãs)




Orvalho de Lágrimas

Cai a noite na ruela
e o cravo na janela
se esconde na escuridão

Cai a noite no meu peito
que guarda um amor perfeito
dentro do seu coração

Na noite silenciosa
cai orvalho numa rosa
que começou a murchar
as lágrimas que estou chorando
são o orvalho refrescando
para a rosa não desfolhar

E neste lugar deserto
onde o nada está tão perto
a rosa desabrochou
pela fresta da janela
a lua incidiu nela
então a rosa chorou



Lágrima de Amor

Eu sou a onda que tem sossego
levo esta vida cheia de tormentos
esmago-me de encontra os rochedos
e grito assim os meus sofrimentos

Nas longas noites enluaradas
embalada pelo cantar da sereia
lembro bonitos contos de fadas
sou a onda a espreguiçar-se na areia

Mas a gota que das ondas se esvai
nas noites tristes a deixo rolar
é a lágrima de amor por minha mãe
que se junta à imensidão do mar

Poema Inédito

25/06/2007



Desencanto

Sou a porta aberta que não tem saída
Do mundo cruel que me castigou
Sou a filha sem norte e anda perdida
Não sei donde venho e não sei quem sou

Meus olhos são gaivotas esvoaçando
Tentando mergulhar no mar profundo
Minhas mãos tais sereias enfeitiçando
Pescadores que as seguem para o fim do mundo

Sou o pássaro que nunca mais voou
Sou a filha do vento que passou
À porta deste mundo de tristeza

Sou o fogo que ao arder lança calor
Para aquecer corações frios de amor
Sou uma rosa tenho espinhos e beleza

Poema Inédito



Aguarela da Saudade

Em noites tão belas e sonhando ao luar
Sou eu meu amor que à vida faço uma prece
Sonho com o tempo que os beijos sabiam a mar
Mas sinto meu amor que esse sonho me entristece

Ai! meu amor a nossa vida foi tão bela
Mas a maldade apareceu sem marcar vez
Do passado só resta uma linda aguarela
Que dia após dia o tempo não a desfez

Vinte e cinco anos passaram meu amor
Tão curto no tempo mas já tão distante
Sinto em minha boca a tua cheia de calor
E teu olhar me acariciando num instante

Se tudo foi um sonho ou foi realidade
Era esse amor feliz que eu desejei de ti
Vinte e cinco anos depois já são saudade
Nesta aguarela da saudade amor eu te senti

Poema Inédito

24/06/2007




Menino da Rua

Menino da rua
sem eira nem beira
que vida insegura
com frio sem lareira

Menino da rua
quanta solidão
tua casa é a rua
onde todos estão

Menino da rua
em noites de frio
dormes no cartão

Menino da rua
na montra parado
nos olhos os sonhos
estão do outro lado

Menino da rua
sapatos tamanhos
eram de alguém
que tinha mais anos

Menino da rua
mãozitas nos bolsos
caminha em frente
sem forças nem alento
vira à direita
à esquerda também

Menino da rua
já tudo perdeu
não sabe quem é
e não é de ninguém

Menino da rua
leva no olhar
pérolas de sonhos
que quer encontrar

Menino da rua
entrou num jardim
sentou-se num banco
para descansar

Menino da rua
olhou para os pássaros
que via voar

Menino da rua
deitou-se no banco
e adormeceu
seus sonhos voaram
como pombas brancas
para lá do céu
uma voz do Alto
pelo nome o chamou

Menino da rua
sorrindo saltou
voou com os pássaros
para lá dos céus

Menino da rua
para onde tu vais
vou ter com JESUS
para não sofrer mais
Menino da rua
Menino da rua
não verei jamais

Poema Inédito

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